Neurologia

Cefaleia

By Janeiro, 2021 Novembro 17th, 2021 No Comments

A cefaleia, vulgarmente conhecida como dor de cabeça, é um dos sintomas neurológicos mais comuns. Praticamente todas as pessoas já apresentaram um ou mais episódios, resolvendo a maioria com analgésico de venda livre ou simples repouso.

O seu mecanismo tem vindo a ser percebido ao longo do tempo. Apesar do tecido cerebral não ter recetores de dor, estruturas em seu redor apresentam-nos podendo desencadeá-la.

Existem diferentes tipos de cefaleias, sendo maioritariamente dividas em dois grupos: primárias ou secundárias. A enxaqueca e a cefaleia de tensão representam a maioria das cefaleias primárias.

Cerca de três em cada quatro adultos já apresentou pelo menos um episódio de cefaleia de tensão. Na maioria a dor é ligeira a moderada, holocraniana, tipo pressão/aperto, não associada a náuseas/vómitos, foto ou fonofobia e de predomínio vespertino. A resposta a analgésicos costuma ser eficaz, contudo se a frequência for elevada, existe terapêutica profilática.

A enxaqueca afeta mais mulheres, muitas vezes com história familiar positiva. A dor é de predomínio hemicraniano, pulsátil ou latejante, com foto ou fonofobia, náuseas ou vómitos. Por vezes precedidas por alterações, sobretudo visuais ou sensitivas, designadas por aura. Apesar da maioria responder analgésicos comuns, existe aqui medicação SOS especifica com eficácia elevada. Se a frequência for elevada devem ser seguidos em consulta dada existência de terapêutica profilática.

Outros grupos mais raros de cefaleias primárias devem ser avaliados em consulta dado a necessidade em alguns casos de excluir outras causas e da existência de medicação SOS ou profilática especifica consoante o tipo.

Importante lembrar que o uso excessivo de analgésico pode ser a causa de cefaleia, sendo comum após poucos dias de uso continuado em pessoas com uma cefaleia primaria com elevada frequência de crises.

As cefaleias secundárias, têm outra patologia por detrás a causar a dor como seja: infeção sistémica ou do sistema nervoso central, lesão intra ou extracraniana, traumatismo, acidente vascular cerebral, entre outros. Muitas vezes estão associadas a sinais de alarme, como:

  • Inicio após os 50 anos
  • Mudança no padrão
  • Intensidade máxima desde inicio e/ou inicio súbito
  • Agravada pela tosse ou decúbito
  • Agravamento progressivo e resposta reduzida analgésicos
  • Associada a febre, alteração do estado mental ou da vigília e sintomas/sinais neurológicos

Para a maioria das cefaleias, uma adequada avaliação clinica leva ao diagnóstico. Apenas em casos particulares será necessário o uso de meios complementares de diagnósticos, nomeadamente imagiológicos.
Contudo sempre que a cefaleia apresente algum dos sinais de alarme previamente referidos deverá procurar avaliação medica.

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